Agressividade & Territorialidade de Psitacídeos
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Agressividade & Territorialidade de Psitacídeos
Agressividade & Territorialidade de Psitacídeos
A criação de psitacídeos é um desafio para a grande maioria dos criadores, no entanto existem algumas regras básicas que devemos ter em consideração se quisermos ser bem sucedidos na reprodução dos mesmos. Independentemente do tamanho e espécies existem alguns aspectos básicos e comuns á grande maioria dos psitacídeos e que deveremos observar.
COLÓNIAS
Quando se tratam de aves novas, muito dificilmente temos problemas ou ataques entre aves da mesma espécie e mesmo entre espécies diferentes. Geralmente este procedimento é até aconselhável para a formação de casais de aves novas, deixando-as escolher o seu parceiro, dado que um casal que se forme nestas condições tem mais probabilidades de sucesso na sua reprodução.
Devendo, sempre que os casais estejam formados retirar as aves excedentárias, quer por excesso de aves de um dos sexos, bem como pela não escolha de qualquer parceiro para formar casal por parte de uma ave, até porque estas aves normalmente estarão sujeitas a serem atacadas (rejeição por parte das outras aves) ou a atacar outras aves que formaram casal (procurando formar casal com o seu par), provocando instabilidade no viveiro.
Deverá procurar colocar as aves novas simultaneamente no mesmo viveiro, caso contrário poderá já existir uma cerca hierarquia e harmonia no mesmo que será criada com a introdução de novas aves. Se as colónias funcionam bem com aves novas, com aves adultas a situação é completamente diferente.
Nunca deverá introduzir num viveiro com aves adultas e casais formados uma nova ave, caso contrário lutas e por vezes a morte de algumas delas serão inevitáveis.
Caso, pretenda introduzir uma nova ave num viveiro com aves adultas, deverá coloca-la numa gaiola pequena por um período de 2 semanas, dentro do viveiro, para que as aves que aí se encontrem se familiarizem e criem laços com a mesma, evitando conflitos quando a juntar á colónia.
Para além deste aspecto, deverá observar todos os outros atrás mencionados para aves novas, nomeadamente o facto de não deixar aves adultas descasadas dentro de um viveiro. Independentemente da idade das aves, deverá ter em atenção os seguintes aspectos:
Colocação de ninhos distanciados um dos outros, bem distribuídos por todo o viveiro e se possível todos ao mesmo nível (altura), tentando evitar conflitos entre aves “vizinhas”;
Colocar mais ninhos do que o nº de casais que tem, podendo depois de cada casal ter escolhido o seu ninho retirar os ninhos vazios, pois muito dificilmente serão ocupados;
Nunca sobrepovoar os viveiros. Deverá ter sempre em atenção a área específica que normalmente cada espécie requer, isto porque uma das características mais vincadas da maioria dos psitacídeos é a da territorialidade e como tal não aceitam invasões do seu território.
COABITAÇÃO ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES
Note que algumas espécies de psitacídeos são intolerantes perante a presença de outras aves, mesmo que da sua espécie. Como tal deverão ser mantidas sempre em casais e colocadas separadamente numa gaiola ou viveiro.
Nos psitacídeos é extremamente difícil formar colónias onde espécies diferentes coabitem. Deverá ter sempre em atenção os aspectos e características particulares de cada espécie.
No caso dos Agapornis Cana, são aves pouco tolerantes com outras espécies, como tal só deverão ser colocadas juntamente com aves de maiores dimensões e obviamente desde que estas sejam tolerantes com os mesmos. Este princípio é valido para quase todos os psitacídeos, ou seja, juntar aves de menor dimensão que sejam mais terriitorialistas e menos tolerantes com outras de maior dimensão mas em contrapartida mais tolerantes. Nunca deverá juntar duas espécies muito agressivas e da mesma dimensão, pois será certamente fatal. Ex. Forpus e Agapornis Cana são de dimensões muito similares, no entanto o temperamento agressivo de ambas as espécies irá certamente conduzir ao ataque entre as mesmas. Quanto mais territorialistas e agressivas forem as espécies, maiores serão as necessidades de área de M3 por casal de forma a minimizar problemas.
Existem também aves de grande porte, pouco ou nada tolerantes com outras aves, ainda que estas não representem uma ameaça para as mesmas, mas estão a invadir o seu território, logo são consideradas invasoras. Os ring necks são consideradas aves pouco tolerantes com outras aves, no entanto tenho no meu viveiro ring neck’s com agapornis e até á presente data nunca tive qualquer problema. No entanto por falta de espaço juntei um casal de Roselas Pennant no mesmo viveiro enquanto não desocupava um viveiro que tinha destinado especificamente para as mesmas, o resultado foi pouco animador e no dia seguinte pela manhã tinha ambas as aves mortas.
Lembre-se sempre que os ataques entre aves da mesma ou de espécies diferentes têm origem em factores distintos: Territorialidade (normalmente ligada a factores sexuais) e Agressividade da Espécie. (ligada a factores comportamentais).
Normalmente fora de época de criação há uma menor tensão nas aves e tornam-se mais tolerantes, no entanto este quadro muda completamente na altura de reprodução, pelo que as aves são muito mais agressivas quer pela escolha do seu parceiro como pela marcação do seu território, pelo que deverá estar particularmente atento nestas épocas, e ao menor sinal de conflito, deverá retirar as aves.
FORMAÇÃO SELETIVA DE CASAIS
Existem algumas espécies de psitacídeos que são extremamente monógamas, ou seja quando escolhem um parceiro é para toda a vida, logo algumas espécies que evidenciam esta característica, verifica-se que quando uma ave morre a outra geralmente acaba por morrer pouco tempo depois, ou caso sobreviva muito dificilmente voltará a acasalar com outra ave.
No entanto, na grande maioria dos psitacídeos isto não se verifica, pelo menos tão levada ao extremo. No entanto a formação de casais entre aves adultas também não é nada fácil, existindo alguns pontos que devemos seguir na forma de maximizar a aceitação de um novo parceiro por parte da ave adulta. Pontos esses abordados na página destinada aos Forpus Coelistis.
Assim caso pretenda formar um casal especifico, deverá ter em atenção:
O ideal será recorrer sempre a aves novas e preferencialmente antes da idade de maturidade sexual, pois aceitaram-se mais facilmente e como tal formarão um casal.
No entanto se tiver uma ave adulta, devera procurar uma ave sexualmente matura, mas que nunca tenha acasalado com outra ave. Isto porque esta ave mais nova será mais tolerante e menos agressiva. Assim a ave mais velha ainda que demonstre agressividade perante a ave mais nova, com o tempo geralmente acabará por a aceitar como seu parceiro.
Entre aves adultas o melhor será colocá-las em 2 gaiolas separadas ou na mesma gaiola com um separador, para que as aves se adaptem uma á outra e passado 2 semanas, deverá juntar as mesmas.
Dependendo da espécie, existe uma ave mais agressiva (ex. Forpus-Macho; Agapornis - fêmea) e outra menos agressiva. Pelo que a ave mais agressiva da espécie é que deverá ser colocada na gaiola onde tenha a ave menos agressiva.
A ave que irá colocar nessa gaiola será vista e encarada como invasora e se a ave que aí tiver for a mais agressiva da espécie, como tal esse é o seu território, então ela irá luta vincadamente pelo mesmo e as consequências poderão ser fatais. No entanto se colocar a ave mais agressiva na gaiola da ave menos agressiva, ainda que esta a ataque por uma questão de territorialidade, a ave mais agressiva irá certamente saber defender-se e de certa forma minimizar danos
Deve sempre que junte 2 aves verificar o comportamento entre as mesmas, se começarem a agredir-se freneticamente deve separa-las de imediato, e repetir o processo para ver se consegue formar um casal. Se após 2 ou 3 tentativas não resultar, será melhor tentar encontrar outra ave para formar casal.
Lembre-se que na maioria dos psitacídeos são as próprias aves que escolhem o seu parceiro, pelo que poderão nunca aceitar um parceiro imposto!
Apesar de cada espécie de psitacídeos ter um comportamento próprio, cada ave tem a sua própria personalidade, pelo que a melhor forma de lidar com ela, será conhecê-la.
Fonte: ManuelFalcão - forpus
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