Alimentação de Lóris

por Ayrton Pacca Qui Jul 25, 2013 7:50 am

Os lóris são uns dos poucos psitacídeos nectívoros.
Na natureza eles se alimentam basicamente de pólem e néctar das flores. Neste processo, acabam ingerindo também alguns insetos que estão nas flores assim como algumas pétalas.
Os Lóris tem uma moela bem diferenciada (uma semi moela) incapaz de digerir alimentos duros. É verdade que algumas subespécies (que não existem no Brasil) se alimentam de sementes. Porém, as sementes são bem mais macias antes de serem retiradas das flores e ficar vários meses desidratando em silos até chegar a nós.
O fígado destas aves também é muito sensível. Incapaz de processar dietas com mais de 14% de proteína. Igualmente não toleram gorduras e vitaminas e minerais em excesso. O ferro particularmente deve ser banido visto que entre vários outros problemas, ele é causador de uma grave doença chamada hemocromatosis.
Dito isso, devemos evitar alimentação à base de ovos e de leite mesmo desnatado - eles tem natural rejeição à lactose, suplementos vitamínicos e minerais - que inclusive vão ajudar na fixação do indesejado ferro, assim como mingais de cereais (aveia, milho e arroz) que no Brasil por determinação legal são adicionados de ferro (entre outros minerais). Frutas com muita vitamina c, especialmente as cítricas, que ajudam na fixação do ferro, assim como alimentos ricos em ferro, como o espinafre, devem ser evitados em excesso.
A dieta ideal deve ser constituída por pólen, açúcar, frutas, verduras e legumes preferencialmente orgânicos (especialmente as folhosas) pétalas de flores não tóxicas e uma fonte de proteína com mínimo teor de gordura que pode ser obtida nas sementes germinadas ou na proteína de soja isolada, por exemplo (não confundir com soja texturizada ou leite de soja).
Eu também adiciono citrato de cálcio ao purê bem aquoso que faço com estes ingredientes – os lóris precisam de muita hidratação para que seu frágil fígado trabalhe sem esforço. Além de fonte deste indispensável mineral, ele ajuda na conservação do purê. Se você adotar este procedimento, devido ao problema de proliferação de bactérias indesejadas, é altamente recomendada a troca do purê de duas à quatro vezes por dia dependendo da temperatura ambiente.
Infelizmente não existem produtos fabricados no Brasil que atendam estas necessidades. A papa mais usada por aqui (Megazoo L18) tinha adição de ferro na sua fórmula, que segundo me informou o fabricante, foi retirado a partir de out/2011. Contudo, ainda não consegui achar este produto no mercado para averiguar a veracidade desta informação. Achei sim, várias aves que consumiam esta ração gravemente contaminadas por ferro.
Fico à disposição dos amigos.
Abs.