Brasil, o país das aves
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Brasil, o país das aves
Brasil, o país das aves
No Brasil podemos encontrar mais de 1700 espécies de aves (1550 residentes e 153 visitantes) e entre elas algumas que alcançam altas velocidades como o albatroz, falcões e as andorinhas, aos que não voam como a ema e os pingüins, pássaros de exuberante beleza como o urubu rei e as saíras, as de mavioso canto como o curió, rouxinol do rio negro e os majestosos sabiás. È importante citar que este número elevado de aves no Brasil se deve aos vários ecossistemas e paisagens dentro da grande extensão territorial brasileira. Na região amazônica são 1294 aves e 260 delas que só vivem na região amazônica. No Cerrado são 837 das quais 29 são encontradas apenas no Cerrado. A Mata Atlântica possui 620 aves, sendo que 120 só são encontradas na mata atlântica. No Pantanal são 423 é não há endemismo. A Caatinga possui 348 aves, sendo que 46 são encontradas apenas na caatinga.
Vendo assim, fica claro que ecossistemas como o Cerrado, outrora considerado pobre em biodiversidade contribui muito para a denominação “Brasil o País das Aves”.
As aves sempre estiveram presentes na História desse País. Antes da chegada dos portugueses já era recurso importante para toda população indígena do Brasil, seja na alimentação ou nos aspectos culturais. Para se ter uma idéia, durante a colonização os indígenas recusavam-se em aproveitar a carne da galinha trazida pelo português, e continuou a usar os habituais macucos, ynhambus, zabeles, jacus, mutuns, potiriguaçu, aireres, papagaios, araras, tucanos e muitas outras.. Antônio Geraldo da Cunha, autor do Dicionário Histórico das Palavras Portuguesas de Origem Tupi.
(1998), reescreve vários trechos dos registros escritos como: cartas, relatórios de expedições cientificas e aventuras, livros e outros, enviados para Portugal muito antes da Coroa Portuguesa chegar no Brasil. Citam varias aves usadas na alimentação indígenas e do colonizador. Um vestígio desta relação foi mantido através dos nomes que os índios atribuíram as aves que ainda são as mesmas.
Até hoje a população brasileira utiliza os nomes sem saber o significado da palavra indígena. Já alguns cientistas procuraram manter na nomenclatura cientifica as origens indígenas, claro que com algumas confusões, o exemplo é o caso do cientista Linnaeus que em 1758 descreveu a arara canindé, e lhe atribuiu o nome científico de Ara ararauna, onde: ara = falar; arara = falador; una = preto. O nome ararauna era citado pelos índios para designar a arara azul grande, que de longe pareceria negra devido a sua cor azul cobalto, porém, era comum que canindés e araras azuis voassem juntas o que causou o engano de Linnaeus. Quando o cientista Goeldi em 1897 descreveu a arara azul grande, não pode atribuir o nome indígena ararauna, pois este nome já era usado cientificamente pela canindé e então usou o nome cientifico Anodorhynchus hyancinthinus.
Já o português nos primeiros mapas do Brasil pintava araras, papagaios e outros animais na tentativa de descrever a mega biodiversidade do Brasil. É importante citar que as aves estavam entre os primeiros animais capturados e levados para Portugal e vários paises da Europa como forma de comprovar a descoberta de outras terras os animais de formas e cores diferentes eram apresentados para Europa (Velho Mundo). Não é difícil imaginar que a beleza dos animais do Novo Mundo (América) chamou a atenção, que importavam a nossa fauna, iniciando o tráfico de animais no Brasil. E o trafico de animais tornou se cultura e fonte de renda utiliza até hoje. Em Caxias RJ, entre 1981 e 1983 foram comercializadas ilegalmente 191 espécies diferentes de pássaros. Em um único dia foram registradas 80 espécies. É citado que dos três últimos exemplares de ararinha azul, dois foram capturados e vendidos por uma fortuna em 1988.
A utilização das aves como fonte carne também sempre foi importante fator da formação do nosso país. O “pato com tucupi”, é um dos pratos característicos do norte do Brasileiro. Descendentes de italianos no sul e sudeste brasileiro citam que os pais, avôs e bisavôs usavam os passarinhos para sobreviverem, contudo, dá um dó de quando fala se de ”Beija flor com arroz”.
Os Tinamídeos (macuco, perdiz, zabele inhambus, etc), sempre procurados pela caça tanto pelo sabor da carne, pela dificuldade em emboscá-las e atualmente por estarem tornando se raras. A caça dos tinamídeos feita com o “pio” é técnica indígena que atrai as aves por imitação de seu canto, atualmente algumas indústrias produzem apitos que imitam os sons dos mais diversos tinamídeos, que são usados na caça e com instrumento musical. Atualmente muitos utilizam a técnica indígena, porém, poucos caçadores sabem que para algumas épocas do ano os machos atendem o pio, outra época as fêmeas atendem o pio. Assim a inconseqüência de caçadores pode eliminar muitas fêmeas reprodutivas, comprometendo diretamente a manutenção a população dessas aves. Eram tão numerosos os tinamídeos que no Rio Grande do Sul o perdigão foi industrializado até 1935.
Em algumas regiões rurais do Ceará foi calculado que uma família de sete pessoas consome anualmente 60 codornas (Nothura maculosa)e 200 pombas e rolinhas. A emas foram perseguidas em todas regiões onde viviam durantes séculos. O motivo da caça das emas foi tanto por diversão como para suprir penas para espanadores. Até as garças são cobiçadas por produzirem na época de reprodução penas utilizadas na confecção de chapéus e roupas muito usadas na Europa. É necessário 300 garças para obter um quilo de penas egretas. Sick cita que em 1964 em um fazenda do Amapá foram capturadas e mortas 60.000 (sessenta mil) marrecas cabocla (Dendorocygna autumnalis). Que não nadavam por estarem fazendo as mudas das penas de vôo.
Apesar dos séculos de exploração das aves no Brasil, o governo brasileiro ainda não elaborou um programa eficaz para o uso sustentável da avifauna brasileira e se mantém sentado encima dos papéis, enquanto isso o caboclo precisa caçar para comer e suprir o milionário mercado clandestino em troca de poucas moedas.
Fonte:http://www.criarparaconservar.com.br
Re: Brasil, o país das aves
Nossa gostei !
Victor Hugo- Criador ativo
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Re: Brasil, o país das aves
Muito bom!!
Reryson Colares- Criador ativo
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Re: Brasil, o país das aves
Muito bom mesmo!!
Diego Henrique- Criador ativo
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