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Doenças parasitárias de canários: Coccidioses

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Mensagem por Davi Hemerly Seg Dez 03, 2012 2:37 pm

Doenças parasitárias de canários: Coccidioses

As doenças parasitárias constituem hoje, um grave problema que deve ser
considerado pelo criador de pássaros, em especial o criador de canários. As doenças parasitárias interferem diretamente na criaçăo. Dentre elas, as coccidioses săo consideradas causas importantes de enterite e morte tendo como agente os protozoários coccídios, que săo parasites intestinais intracelulares. O diagnóstico é feito através dos seus ovos (chamados de oocistos) nas fezes, muitas vezes dificultado pela escassez destas formas, razăo pela qual săo exigidas repetiçőes de exames nos casos suspeitos. Os coccídios provocam alteraçőes da mucosa intestinal, hemorragia, diarréia e diminuiçăo da absorçăo de nutrientes.

Muitas espécies de coccídios parasitam os animais domésticos de importância econômica (galinhas, patos, perus, faisőes e pombos) e até o homem. Nos canários (Serinus canarius) duas espécies de Isospora, I. canária e I. serine, săo registradas.

O ciclo biológico geral dos coccídios pode levar a partir de um oocisto (ovo), 2 ou 3 dias para que tenhamos mais de dois milhőes de parasites atacando a mucosa intestinal, aos cinco dias, aproximadamente, as fezes tornam-se hemorrágicas e a ave entra em estado de desnutriçăo que pode terminar com a morte e após uma semana novos oocistos começam a ser eliminados nas fezes. Os casos de parasitismo crônico constituem fontes de infecçăo primária para outras aves. Isto reforça a importância do acompanhamento de um profissional especializado.

Duas espécies săo descritas infectando o canário. Isospora serine apresenta um ciclo de vida diferente de outros coccídios (com ciclo de ida exclusivamente intestinal), podendo acumular-se nos pulmőes,retornando ao intestino via oral para iniciar novas geraçőes. A outra espécie que infecta os canários, Isospora canária, tem um ciclo de vida convencional no epitélio intestinal.

A presença de Isospora em canários tem sido registrada com muita freqüęncia, como em último trabalho em um canaril de Pernambuco, onde 50,5% dos canários (de um total de 327 canários) estavam infectados com Isospora.

Devemos levar em consideraçăo também a possível imunidade que ocorre após a infecçăo, tendo como conseqüęncia a năo manifestaçăo de sinais clínicos, apesar da eliminaçăo de oocistos nas fezes, o que pode ser muito perigoso para o criador ou um eventual comprador, pois esta ave continua a infectar outras aves sem demonstrar nenhum sintoma.

Outros pontos importantes com que o criador deve estar atento săo para os sintomas respiratórios, devido ŕ multiplicaçăo dos parasites nos pulmőes (I. serine), o que sem um exame correto pode ser confundido com uma doença respiratória, levando a medicaçőes sem efeito e possíveis danos ao canário, com uma dose ineficaz de antibióticos que levará a uma sobrecarga do fígado.

A infecçăo dos coccídios resulta provavelmente da ingestăo de água ou de alimentos contaminados, sendo também o contato com fezes de outros animais (muitos animais mantidos em voadeiras por exemplo), fonte de infecçăo. Ao utilizar verduras, lave-as em água de torneira e após coloque-as por 30 minutos em uma soluçăo com uma colher de sopa de água sanitária por litro de água, desta maneira, muitas fontes de infecçőes serăo eliminadas, use também no consumo humano.

O tratamento com medicamentos apropriados deve ser indicado por um profissional habilitado, após um exame do local do canaril e posteriormente um exame de fezes individual (no caso de suspeita confirmada) ou de todo o plantei através de amostragem. O acompanhamento especializado reduz em muito o gasto futuro com medicamentos, morte de adultos e principalmente de filhotes na primeira semana de vida. O tratamento com sulfas deve ser evitado, especialmente nos machos, pois as sulfas provocam a morte dos espermatozóides.

A nutriçăo dos canários é outro ponto fundamental, a alimentaçăo balanceada e isenta de parógenos é possível hoje em dia com a utilizaçăo de raçőes que podem substituir o uso de sementes (veja o caso dos căes que năo indicamos mais o uso de comida caseira), permitindo um excelente controle sanitário e a certeza de manter sua ave bem nutrida, livre de parasites e microorganismos que săo trazidos com as sementes.

A prevençăo através de um manejo correio, exames de rotina e o acompanhamento por um profissional habilitado, fazem a melhor opçăo de combate aos coccídios, poupando o criador de canário de um prejuízo financeiro e o mais importante năo permitindo que sua ave de estimaçăo, criada com carinho e atençăo, deixe de encantar a ele e a sua família.

Luís C. Muniz - Biólogo e Parasitologista Pesquisador FIOCRUZ - CA 638
Rodrigo C. Menezes - Médico Veterinário FIOCRUZ — Parasitologista aves
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Mensagem por NDP BOT Ter Dez 04, 2012 6:57 am

Oi, ótimo artigo.
Abraços.
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