Morfologia do diamante Mandarim

Um bom jeito de conhecer a nosso mandarim é ver qual é sua morfologia, estrutura, características por sexos, etc. Iremos vendo diferentes aspectos importantes sobre estes assuntos.

TIPOS DE PENA POR ESTRUTURA - INTENSO E NEVADO

Os mandarins e muitos pássaros em geral têm dois tipos de penas (nos canários teriam três) classificados de acordo com sua estrutura, que se denominam intensa e nevada. Suponho que aos criadores de canários lhes soará muito estes términos, mas ao povo que se dedica ao exótico, não está tão acostumados a conhecer e diferenciar estes tipos de pena. Embora no canário é muito fácil de diferenciar, nos mandarins a coisa é mais complicada, sobre tudo pela inexistência de lipocromos,os que fazem que a diferencia radique na própria estrutura da pena.
A principal diferencia visual, é que em aparência. os exemplares intensos tem a pena como colada ao corpo, e os intensos parecem mais "despenados", com una pena mais abaulada y frisada. Vamos ver agora as diferenças entre elas.

PENA INTENSA
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Os exemplares que possuem deste tipo de pena, tem as barbas e barbulas mais retas e curtas, permitindo assim a exposição da luz a uma menor quantidade de células córneas, que ocasiona um reflexo refratário ao serem atravessadas pelo raio luminoso, e devido a estrutura curta da pena, a cor parece más intenso, em parte também porque as penas estão mais coladas entre si ao ser mais curtas. Assim as penas são mais curtas y também mais frageis e quebradiças que nos nevados, devido mais que nada a sua rigidez. Além do que, o tamanho aparente do pássaro não muda quando pegamos ele na mão, quer dizer, se o pássaro nos parece grande, quando o pegamos, continua sendo grande.

PENA NEVADA
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A pena nevada tem uma estrutura mais ampla e larga, tendo o pássaro uma aparência maior do que realmente é. Para entender melhor, sempre comparo quando uma pessoa usa uma jaqueta de frio, com o qual parecemos enormes (nevados), e outra que usa uma jaqueta de lycra, parece menor (realmente como somos, intensos). A própria estrutura da pena, faz que o pássaro seja mais agradável a visão, parecendo que tem uma uniformidade maior, quer dizer da uma aparência de mais redondo, mas tudo depende do grau de nevadura que tenha. Talvez uma palavra que defina este tipo de pássaro é aparência "pomposa", inclusive nos da a sensação de querer-lo "espremer" um pouquinho.

Muitas mutações têm mais tendência a inclinar-se por um tipo de pena ou por outro; por exemplo, os masqués ingleses sempre tem sido exemplos de pena nevada, ao igual que muitos dorsos claro e isabela; em cambio pássaros como os pingüins, masqués continentais, clássicos, etc. tem tendência a ter a pena mais intensa. És importante conhecer estes términos, e saber o que é o pássaro que temos, sobre tudo a hora de criar, já que se juntamos muitas vezes nevado x nevado, podem inclusive aparecer falhas nas penas (ao igual que passa com os canários). Daí, que exemplares dorsos claro, masqué ou isabela intensos sejam muito buscados pelos criadores para misturar com os pássaros que tem nevados.

Outro problema que nos encontramos é a excessiva nevadura de um pássaro, fazendo que além de parecer muito volumoso, e de "notar-se" que é muito nevado, perda cor devido precisamente a nevadura que tem. Normalmente o pássaro ideal para concurso, seria um pássaro intermédio, com uma boa relação cor - nevadura. O manejo destes conceitos de pena faz muitas vezes a diferença entre um criador e um bom criador de pássaros de qualidade.

AS MELANINAS - O que são realmente as cores de nosso Diamante Mandarim?

Praticamente todos os pássaros têm cores em suas penas. As responsável de uma parte desse colorido são as melaninas, e em concreto, falando de mandarins, as cores que possuem este pássaro são basicamente o preto, bege, laranja, castanho e quando não temos nenhum dessas cores (ausência), o branco. Todos se combinam em quantidade e diluição para produzir todas as outras cores que encontramos nos diamantes mandarins: a cor ante (amarelo parecido ao creme) e o cinza. As outras cores não são possíveis sem a hibridação, e por tanto, nunca um diamante mandarim poderá ter penas vermelhas, verdes ou azuis.
Temos também partes do pássaro que não estão cobertas por penas (bico, patas, etc.), e ditas partes podem ser da cor vermelha ou amarelo. Quando são jovens, o bico e também as patas podem ser da cor preta, mesmo que pouco a pouco irão perdendo frente as outras duas cores. Lembramos também que essas cores variam muito em sua intensidade dependendo do exemplar e da mutação que levem associada. A estes pigmentos, os conhecemos como carotenos.

Explicamos agora o que são em si as melaninas; como já temos dito, são as responsáveis das cores nas penas, mas realmente são pigmentos escuros diferenciando-se por sua cor, sendo nos mandarins denominadas segundo esta diferenciação, EUMELANINA PRETA (cor cinza e preto) e MARROM (cor marrom), e FEOMELANINA que é de cor marrom claro, quase vermelho.

Eumelanina
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A eumelanina é um tipo de melanina que da cores as penas de cores cinza e pretas (dependendo da quantidade que se acumula nelas). Em um formato ligeiramente trocado, a eumelanina é também o pigmento responsável da cor “bruno”. Em uma pena do dorso ou assas por exemplo, de um mandarim clássico, encontramos dos dois tipos, sendo o pássaro cinza com reflexos “abrunados”. Em troca um mandarim bruno, a ausência de eumelanina preta, faz que o pássaro só tenha eumelanina “bruna”, pelo que o pássaro fica “bruno”. Assim pois, podemos dizer que existem dois tipos de eumelaninas segundo a cor, uma preta e uma “bruna” (ou marrom), que são responsáveis entre outros de cor cinza (tem mais eumelanina preta que “bruna”) e “bruno” (ausência da preta).
As melaninas a sua vez, também podem apresentar OXIDADAS ou DILUIDAS até quase desaparecer totalmente, ou diretamente não apresentar dependendo da mutação ou mutações que estem presentes no pássaro.
Na foto acima, vemos alguns exemplos de penas que apresentam estes tipos de melaninas. Ditas melaninas aparecem em forma de barras ou traços, dispersas por todo a plumagem conformando a característica típica segundo o tipo a que pertençam; a todo este conjunto escuro, o chamamos estrutura melânica.

Feomelanina

A feomelanina é um tipo diferente de melanina; é de cor laranja e é responsável da cor das bochechas e dos flancos. Também se apresenta em maior ou menor quantidade, ficando uma cor mais ou menos escura. É por isso que se prestarmos muita atenção, os mandarins tem a cor das bochechas com muita variação para uma mesma mutação.

Carotenóides e Lipocromos
O lipocromo é uma cor carotenóide responsável da cor vermelha e laranja do bico, e da cor laranja das patas. Este lipocromo é também responsável da cor amarelo dos bicos e das patas da mutação bico amarelo, e nunca se encontra sobre as penas destes pássaros.
Em outras espécies, como nos canários, estes lipocromos também podem encontrar-se nas penas, de forma que entre outros, encontramos as cores amarelo e vermelho. Por razoes obvias, estas cores não são possíveis em diamante mandarim devido a falta de lipocromos nas penas.

RESUMO DA DISTRIBUIÇÃO DAS MELANINAS NA PLUMAGEM DOS DIAMANTES MANDARIM CLÁSICO

* Lágrima, desenho do bico, zebrado do rabo e desenho do peito: A cor preta é dada por uma forte concentração de eumelanina.
* Bochechas: A cor é dada por uma forte concentração de feomelanina.
* Flancos: A cor castanha escura é dada por uma forte concentração de feomelanina e provavelmente também da presença da eumelanina marrom.
* Cabeça e Colarinho: Forte concentração de melanina, tanto de eumelanina como de feomelanina, com uma maior concentração de eumelanina.
* Dorso e assas: Concentração de melanina menor com respeito a cabeça e ao colarinho, que da uma cor cinza matizado de moreno.
* Ventre: Pequena presença de feomelanina, menor no macho e maior na fêmea.

ESTUDIOS REALIZADOS AO RESPEITO

Em um estudo realizado recentemente, comprovou-se que o bico pigmentado com carotenóides (vermelho) do diamante mandarim, é um sinal de qualidade selecionada sexualmente; estes pássaros com o bico mais vermelho, também apresentam vários características de plumagem sexualmente dicromáticos, incluindo a cor das bochechas, a franja peitoral preta e os flancos na cor marrom.
Acredita-se que as tonalidades pretas, cafés e cor de terra, são produzidas por melaninas nos animais, mas existem poucos estudos que tenham identificado o conteúdo de melanina de ditas cores nas penas das aves. Para isso, o mesmo estudo tem se empregado uma serie de técnicas bioquímicas para investigar a base pigmentaria destas cores da plumagem em machos de diamante mandarim.

Ao analisar penas de diamante mandarim, os três segmentos em que se dividirão as penas contarão com pigmentos melânicos, pero variaram as quantidades das duas formas básicas de melanina (eumelanina e feomelanina). As penas pretas do peito apresentam principalmente eumelanina, em quanto as de bochechas e os flancos apresentaram concentrações extraordinariamente altas de feomelanina. Os métodos tradicionais de análises de carotenóides não detectaram este tipo de pigmentos nas penas das bochechas e dos flancos.

diamantemandarin.org

Belo artigo!

Muito legal.Estive estudando esta matéria "morfologia" em ecologia há alguns meses atrás.