Fatores de mutação do canário no pintassilgo
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Fatores de mutação do canário no pintassilgo
Fatores de mutação do canário no pintassilgo
Se nos concentrarmos apenas sobre os "olhos vermelhos", temos que levar em conta que no canário existem duas mutações com esta característica: o ACETINADO, que é ligado ao sexo, com o que as formulações são idênticas a todas mutações que tenham este mecanismo de transmissão hereditária (PASTEL, MARFIM, AGATA, CANELA e ISABELINO), e o INO, que é "recessivo", pelo que o que digamos sobre ele é aplicável às mutações que tenham este mecanismo hereditário (OPALINO e INO).
O problema básico está em que tenhamos que contar com a fertilidade dos F-1 (Pintagol) e seus sucessivos F-1. F-3 ETC., TANTOS os MACHOS como as FÊMEAS, e nos quais os "PORTADORES" não sejam fenotipicamente reconhecíveis o que, em especial, vá agonizar o problema na transmissão de caracteres recessivos, a não ser que montássemos, às cegas, todos os exemplares obtidos. Contando com este "handicap", passamos a expor as possibilidades teóricas.
1- Método de SUBCRUZAMENTO (acasalamento de híbridos entre si)
a) Para os “olhos vermelhos” “ligados ao sexo" (Acetinado) e as demais mutações "olhos negros” assim transmitidos. Montar 2 casais (para evitar o cruzamento posterior entre irmãos), com MACHO CANÁRIO ACETINADO e FÊMEA PINTASSILGO. Os F-1 Machos obtidos serão TODOS portadores de acetinado, e as Fêmeas serão TODAS acetinadas. Acasalando-se na seguinte geração um MACHO F-1 portador, com uma fêmea F-1 acetinado, obteremos o R-1, que nos dará 25% de machos acetinados, 25% de fêmeas acetinado e 25% de fêmeas normais. Agora então, se o híbrido se comporta como MENDELIANO, da sua totalidade dos R-1 obtidos, FENOTIPICA e GENETICAMENTE, 25% serão canários, 50% serão "Pintagóis" e 25% PINTASSILGOS, dos quais, utilizando os machos acetinados ou portadores com as fêmeas acetinado, ou então os machos acetinados ou portadores com fêmea silvestre (embora neste cruzamento só conseguiríamos fêmeas, a totalidade se empregarmos o acetinado e 50% se utilizarmos o portador), com o que, teoricamente, conseguiríamos a fixação.
Para o "olhos vermelhos" "recessivos", o mecanismo seria o similar. A diferença está em que acasalando dois casais de macho ou fêmea canário INO- ou OPALINO- com fêmea ou macho pintassilgo, os F-1 obtidos serão
PORTADORES DE INO. Acasalando os F-1 macho e fêmea entre si, obteríamos os R-1 (também 25% de canários,50% idênticos a F-1 e 25% de pintassilgos), Porém destes pintassilgos, 25% seriam INO, 50% portadores e 25% normais, entre o portador e o normal não haveria diferença fenotipica, para o que no seguinte passo teríamos que cruzar os exemplares INOS- machos e fêmeas- com os exemplares não inos, para buscar a coincidência de que a fêmea ou o macho seja portador.
Agora então, devido às dificuldades expostas no inicio, referentes a dificuldades de fertilidade da fêmea F-1 e, inclusive á possibilidade de que o "mendelianismo" não se produza pureza, penso que, dentro da dificuldade, tenha mais possibilidade, embora sendo a prazo mais longo, o seguinte método:
Método de "CADEI DE Fs" (cruzamento de um híbrido com uma das espécies que o produziu). Aqui se trata não só de fixar a característica de mutação desejada, como de ir eliminando em sucessivos cruzamentos sobre a espécie que se deseja fixar- neste caso, o pintassilgo- as características fenotipicas e genotipicas da outra espécie que deu lugar ao F-1- neste caso, o canário- que no F-1 constituem 50% e que nos sucessivos F, feitos sobre pintassilgo vão diminuindo progressivamente, até ficar reduzidos a um mínimo percentual em F-5, que já seria praticamente um pintassilgo (recorde-se o método de introdução no canário do "fator vermelho" a partir do F-1 de carduelis cucullata). É preferível partir, pela sua maior facilidade, de um casal constituído por macho pintassilgo e fêmea canária acetinado que como no primeiro método, se pretendemos obter o "pintassilgo acetinado", creio deve ser de lipocrômo amarelo para evitar o aparecimento do lipocrômo branco dominante não utilizando os prateados, enquanto que seria totalmente improcedente o lipocrômo vermelho- e com melaninas negro-marrons- JÁ que se utilizarmos um "melanina isabelino" nos aparecerá este fator- se bem que isto quer dizer que não seria interessante em outro terreno já que, à parte o pintassilgo acetinado, poderíamos chegar ao branco dominante ou ao isabelino.
O F-1 "pintagol" assim obtido será verde (negro-marrom com lipocrômo amarelo) PORTADOR DE ACETINADO. Cruzando este pintagol com fêmea pintassilgo teremos F-2; destes, 25% serão machos normais, 25% machos portadores de acetinado- embora não distinguíveis fenotipicamente, a não ser cruzamentos de prova - 25% de fêmeas normais e 25% de fêmeas F-2 ACETINADO. Cruzando uma destas fêmeas F-2 acetinado- com as possibilidades de fertilidade superiores a F-1- com um macho pintassilgo silvestre, obteremos o F-3 onde todas as fêmeas serão normais, porém TODOS OS MACHOS serão, novamente, portadores de acetinado. Repetimos o cruzamento desta F-3 com fêmea pintassilgo silvestre e obteremos o F-4, no que teremos novamente o resultado obtido no F-2. isto é, 25% de machos portadores, 25% de machos normais (não distinguíveis fenotipicamente), 25% de fêmeas normais e 25% de fêmeas acetinado. A partir daqui ainda bem caberia a possibilidade dos "cruzamentos a cegas", tentando localizar os portadores, ou inclusive cruzar uma destas fêmeas com um macho F-1, portador seguro de acetinado, porém que teria o inconveniente de aumentar a participação genética do canário que já temos reduzido a proporções mínimas, creio ser preferível fazer outro cruzamento mas de uma destas fêmeas acetinado F-4 com um pintassilgo Silvestre, com o que já teremos o F-5 macho portador de acetinado, quase pintassilgo puro, que já pode fixar-se com a fêmea acetinado F-4. Ou então pode-se continuar com as sucessivas gerações alternativas (como vemos, em uma conseguimos o macho portador e na seguinte a fêmea acetinado(, para maior depuração, dos restos de canário.
Por outro lado penso que uma outra possibilidade seria a criação de quantidade de pintassilgos silvestres, inclusive aproveitando exemplares mutados em liberdade que alguma vez, como em todos os pássaros silvestres, podem encontrar-se, inclusive em alguns casos, utilizando a consangüinidade. Penso que mais cedo ou mais tarde apareceriam as mutações, tal como em alguns criadouros europeus tem ocorrido, com o carduelis cucullata. O que acontece é que com os pássaros abundantes, tanto da Fauna americana( no Brasil), como os de Fauna européia, ao ser muito fácil conseguir-se exemplares de captura, é difícil o interesse pela reprodução em cativeiro a parte do fator que poderíamos denominar de "rentabilidade econômica", do qual já fez parte, por exemplo, o nosso "verderon" ( Chloris); praticamente ninguém se dedicava a criá-lo em cativeiro, até o aparecimento e fixação de uma série de mutações de elevado preço, desencadeando sua proliferação em nossos criadouros.
Autor: Sr. ANGEL MARTIN MINANO- ESPANHA.
Re: Fatores de mutação do canário no pintassilgo
Sem comentários, ótimo artigo.
NDP BOT- Criador nível 3
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